terça-feira, 26 de maio de 2009

Figuras de Linguagem

Figuras de Linguagem são estratégias literárias que o escritor pode aplicar no texto para conseguir um efeito determinado na interpretação do leitor.
Alguns exemplos de Figuras de Linguagem são:

Metáfora: é um tipo de comparação sem os conectivos como, quanto e tal. ex:
O nosso amor é doce.
Catacrese: É uma metáfora desgastada, tão usual que já não percebemos. Assim, a catacrese é o emprego de uma palavra no sentido figurado por falta de um termo próprio. ex:
O menino quebrou o braço da cadeira.

A manga da camisa rasgou.
Prosopopeia: É uma figura de linguagem que atribui características humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la de PERSONIFICAÇÃO.
O céu está mostrando sua face mais bela.

O cão mostrou grande sisudez.

Metonímia: É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos que permite essa troca. Ocorre metonímia quando empregamos:
- O autor pela obra.

ex: Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares)

Antítese: Consiste no uso de palavras de sentidos opostos.

Ex:
Nada com Deus é tudo.
Tudo sem Deus é nada.

Eufenismo: Consiste em suavizar palavras ou expressões que são desagradáveis.

Ex:
Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu = morrer)
Os homens públicos envergonham o povo. (homens públicos = políticos)


Hiperbole: É um exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva a idéia.

Ex:
Ela chorou rios de lágrimas.
Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda.
Ironia: Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o contrário do que pensamos.

Ex:
Que alunos inteligentes, não sabem nem somar.
Se você gritar mais alto, eu agradeço.
Onomatopéia: Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural dos seres.

Ex:
Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram.
Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite toda.
Aliteração: Consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou interior das palavras.

Ex: O rato roeu a roupa do rei de Roma.

Elipse: Consiste na omissão de um termo que fica subentendido no contexto, identificado facilmente.
Ex: Após a queda, nenhuma fratura.

Zeugma: Consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente.
Ex: Ele come carne, eu verduras.

Pleonasmo: Consiste na intensificação de um termo através da sua repetição, reforçando seu significado.

Ex: Nós cantamos um canto glorioso.

Polinssídeto: É a repetição da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos da oração.

Ex:
Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para dançar.

Silepse: Ocorre quando a concordância é realizada com a idéia e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse: gênero, número e pessoa.
De gênero.
Ex:

Vossa excelência está preocupado com as notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não com o sujeito).

De número.

Ex:

A boiada ficou furiosa com o peão e derrubaram a cerca. (nesse caso a concordância se deu com a idéia de plural da palavra boiada).

De pessoa

Ex:

As mulheres decidimos não votar em determinado partido até prestarem conta ao povo. (nesse tipo de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os participantes de um sujeito em 3ª pessoa).



Musica e Poema que contem Figuras de Linguagem

Musica:
Refrão de Bolero
Engenheiros do Hawaii
( Humberto Gessinger )
Eu que falei: Nem pensar
Agora eu me arrependo
Roendo as unhas
Frágeis testemunhas
De um crime sem perdão...
Mas eu falei
nem pensar
Coração na mão
Como o refrão de bolero
Eu fui sincero
Como não se pode ser...
E um erro assim, tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E quando acaba a bebedeira
Ele consegue nos achar...
Num bar!
Com um vinho barato
Um cigarro no cinzeiro
E uma cara embriagada
No espelho do banheiro...
Teus lábios são labirintos
Que atraem os meus
Instintos mais sacanaso
teu olhar sempre distante
sempre me engana
Eu entro sempre na tua dança de cigana....
Eu que falei
Nem pensar
Agora me arrependo
Roendo as unhas
Frágeis testemunhas de um crime sem perdão
Mas eu falei sem pensar
Coração na mão
Como o refãro de um bolero
Eu fui sincero como não se pode ser
Teus lábios são labirintos
Que atraem os meus
Instintos mais sacanaso
o teu olhar sempre me engana
É o fim do mundo
todo dia da semana. (2x)
Teus lábios são labirintos
Que atraem os meus
Instintos mais sacanaso
o teu olhar sempre me engana
É o fim do mundo
todo dia da semana.
Nessa estrofe acima existe duas Figuras de Linguagem que você pode perceber que estão grifadas de verde.
A dois tipos de Figuras de Linguagem nessa estrofe, que são Metáfora e Hiperbole.
Metáfora é um tipo de comparação sem os conectivos como, quando e tal.
" Teus lábios são labirintos "
Hiperbole exagero de uma expressão.
" É o fim do mundo "
Poema:
O mundo do menino impossível (Jorge de Lima)
Fim de tarde,boquinha da noite
com as primeiras estrelas
e os derradeiros sino
Entre as estrelas e lá detrás da igreja,
surge a lua cheia
para chorar com os poetas.
E vão dormir as duas coisas novas
desse mundo:
o sol e os meninos.
* - Boquinha da noite - exemplo de Catacrese. Substui a palavra começo/início por boquinha.